sexta-feira, 21 de março de 2014

DISCO. 'Sinal de Cais' é o novo CD de Apá

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Aparecida Silvino faz hoje às 19h30min na livraria Cultura, da Dom Luis com Virgílio Távora, o lançamento do seu novo CD "Sinal de Cais". Um trabalho autoral onde divide algumas canções com parceiros que se alinham com o nível de qualidade do seu canto. Surpresa: ela me convidou para apresentação do disco. Honra e susto. Honrado, porque considero atitude só tomada por aqueles que dividem conosco essa sagrada fatia do bolo da vida que se chama amizade. Susto: porque ela é muito além do que as minhas palavras podem alcançá-la. Escrevi um texto que divido com meus leitores
Antes de mais tudo, dizer que nada me honra tanto quanto convite da Aparecida para saudá-la neste lançamento. A escolha, provavelmente, se deva a essa sagrada fatia do bolo da vida que a gente degusta e que se chama amizade.
Quando ela me fez o convite, à princípio relutei em dizer sim. Mas como responder não, a quem te situa no mesmo espaço do coração de onde brotam tantas luzes em forma de música?
A poesia de Aparecida magnifica a gente, pela beleza de ser dulcíssima forma de revelar a nós, a alma gentil da compositora e o encanto de sagrar à uma técnica vocal apuradíssima – coisa incomum aos ouvidos nossos nesse cotidiano de tantos ruídos.  
Sua música borda pontos de luz numa peça de rara beleza, como a capa do CD – expressivamente belo -. Apá tece e alinhava cores, natureza, sol, Lua, estrela, céu, chuva, mar, tempo. A singularidade de quem sabe ser o Amor o ‘leit motiv’ de tudo.
Essa menina-mulher que se nutre de poesia, revela nesse “Sinal de Cais”, a que ponto chegou a maturidade do seu canto. 
Num mundo onde a maioria das músicas anda dissociada da beleza da poesia, Aparecida nos felicita de um forma “soberana e sem nenhum pudor”, como na música de abertura.
Quem senão essa cearense para constar do Dicionário Cravo Albin da MPB, ao lado de grandes astros e estrelas da canção popular?
Começou a aprender piano aos quatro anos de idade. Aprendeu a ler música antes mesmo de aprender a ler. Entrou para o conservatório de música aos cinco anos e se formou em piano aos 16 anos. Em 1990, mudou-se para São Paulo e passou a estudar com Hans Joachin Koelreutter. Em 1992, viajou para os Estados Unidos onde permaneceu por 6 meses fazendo cursos.
Que gravou o “Vidro de Aço” e o CD dedicado à mansuetude das mães. Que foi minha regente no Coral do Povo.
Essa chegada até aqui não é feita de improviso, mas de aula, canto, encanto e poesia. Hoje, portanto, não é qualquer dia; hoje ela faz a sua festa, com esse lançamento, magicalizando os sonhos – como a música que venceu um festival “Janela Aberta” – e que revela a identidade de Apá com a dimensão da melhor harmonia.
Só os poetas mais sábios para mergulharem nessa dimensão de luz e cor, de onde colhem sons que só eles conseguem ouvir.
‘Que som é esse que vem do porto, que chega nas mãos do vento e brota através do mar”.
O som que ela ouve na dimensão do sonho é tão incrível que ela mesma se embriaga de encanto e se diz incapaz de eleger o instrumento que conseguirá traduzi-lo. Como sabe que nada disso nos pertence, está na letra de “Tempo”, ela nos ensina que não se deve discutir o belo, mas basta apenas senti-lo,  abrir a janela e deixar a vida entrar”.
Afinal, há coisas que nos fazem felizes “quando é amor”.
Aparecida cantora, Aparecida compositora – que divide o encanto do disco com parceiros como o saudoso Zé Rodrix – eu pensei que fosse uma parceria mediúnica - , Gilvandro Filho, Sonekka, Pedro Mota e Zé Edu Camargo, imprime com esse CD autoral a sua melhor marca. A marca Apá. Que não se apa...ga nunca.
Só pra arrematar um final: eu sempre desconfiei que a amizade que me liga a família Silvino tem raízes bem mais anteriores a esse encontro. Não falo desse encontro aqui da festa de lançamento. Mas de conhecimento outros. Basta pensar que almas geminadas pelo canto se reúnem numa gleba consangüínea e resolvem farturar (de fartura) frutos que nos chegam pelo porto chamado Vida.  E hoje aqui,  eu e todos nós temos um sinal. Um sinal de cais. Um sinal de paz. Um sinal de apaziguar  a paz. Apá – a que rima com vida. Aparecida.  E esse momento é marcante. 

"HOJE É SEMPRE UM OUTRO DIA PRA APROVEITAR A ALEGRIA DE PODER SENTIR SAUDADE". (Versos de Aparecida Silvino) 

2 comentários:

  1. Nonato, que texto iluminado meu irmão. Olha, te falo com toda franqueza, você preparou o ambiente, o harmonizou de tal e inspirada forma para que a noite fosse como foi. Luminosa, esta é a definição certa. Aparecida já entrou em plena sintonia, até mesmo com um texto muito alinhado com o seu.
    Isto só reflete a sua generosidade, que se mostra no reconhecer e valorizar nos outros os talentos que Deus lhes confiou.
    Fiquei bem feliz com suas palavras sinceras e verdadeiras, realmente foram emocionantes.
    Abraço fraterno.

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  2. Delmy, suas palavras me tocaram o coração. Obrigado. Mas é que Apá faz com que a gente encontre sintonia na beleza de sua música e poesia. Paz e Bem.

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