domingo, 31 de março de 2013

FUTURO DOS JORNAIS. A regionalização

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O empresário Warren Buffett comprou 28 jornais diários. A justificativa: além de "amar jornais", o bilionário vê oportunidades de lucros com a mídia regional.

E em carta aos acionitas de sua empresa, deixou uma lição válida para quem produz jornal em qualquer parte do mundo: 

"Um leitor pode facilmente se entediar depois de ler dois parágrafos sobre as tarifas canadenses ou os desdobramentos políticos no Paquistão, mas uma reportagem que fale sobre ele e seus vizinhos será lida até o fim."


TÓPICOS IMPORTANTES 
DA CARTA DE BUFFETT  

[...] O mundo mudou. Cotações de ações e os detalhes dos eventos esportivos nacionais já se tornaram notícia muito antes que as rotativas comecem a girar. A internet oferece informações extensas sobre os empregos e as casas disponíveis em cada mercado.
A televisão bombardeia os telespectadores com notícias políticas, nacionais e internacionais. Em uma área de interesse após a outra, os jornais perderam, portanto, a sua "primazia". E, com a queda de suas audiências, caiu também sua receita publicitária --o faturamento dos classificados de empregos, por muito tempo uma imensa fonte de renda para os jornais, caiu em mais de 90% nos 12 últimos anos.
No entanto, os jornais continuam a reinar na veiculação de notícias locais. Se você deseja saber o que está acontecendo em sua cidade --notícias sobre o prefeito, impostos locais ou o resultado do time de futebol americano da escola secundária--, não há substituto para um jornal local que esteja fazendo bem o seu trabalho.
Um leitor pode facilmente se entediar depois de ler dois parágrafos sobre as tarifas canadenses ou os desdobramentos políticos no Paquistão, mas uma reportagem que fale sobre ele e seus vizinhos será lida até o fim.
Onde quer que exista um senso bem disseminado de comunidade, um jornal que atenda às necessidades especiais de informação daquele local continuará a ser indispensável para proporção significativa dos moradores.
Porém, mesmo um produto valioso pode se autodestruir caso adote uma estratégia de negócios incorreta. E esse processo esteve em curso nos últimos dez anos em quase todos os jornais, não importa o tamanho. As empresas que os controlam --entre as quais a Berkshire Hathaway, em Buffalo-- ofereciam seu conteúdo gratuitamente na internet enquanto cobravam somas consideráveis pelos exemplares em papel".

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