Para lembrar Gonzagão,não posso me esquecer de uma senhorinha,negrinha,baixinha,alegre que só ela,que gostava de música,não perdia um baile de Carnaval,até os mais de 80 anos,há muitos anos atrás,quando,para cada baile,um vestido diferente.Numa casa de taipa,numa praia distante,no litoral Norte do Estado do Rio,uma velha vitrola ocupava um canto da sala.Vitrola movida a manivela,a gente dava corda,o suficiente para fazer girar um disco de 78 rotações.Nela,só tocavam os discos de Luiz Gonzaga,todos.Gonzagão foi,sem dúvida,a maior paixão daquela senhora.Passaram-se os anos,o menino cresceu,ganhou asas,bateu pernas,foi parar na cidade grande,Rio de Janeiro,em busca de um sonho.Em uma certa manhã,no estúdio da Rádio Carioca,em plena Cinelândia,centro do Rio de Janeiro,lá estava ele,sentado,ao lado de Dona Helena,aguardando a vez para ser entrevistado.Como não poderia esperar muito,o estúdio estava ocupado,a entrevista seria gravada.O diretor de programação da rádio,não vendo mais ninguém por perto,escalou aquele jovem locutor para realizar a entrevista.Segurando o nervosismo e,ao mesmo tempo,contendo a emoção,foi feita uma bela entrevista,daquelas inesquecíveis que,burramente,foi ignorada, como documento, para a história.Aquela velha senhorinha,era a minha avó que,mais tarde,teria a alegria de conhecer o seu ídolo,dançando com ele,durante uma festa,na casa de uma das irmãs do Rei do Baião,em Duque de Caxias,onde um dos filhos desta senhora tinha um sítio.Noite de alegria e emoção pois,meses depois,ela morreria.Feliz,acredito.Aquele jovem locutor que,nervoso,continha a emoção ao entrevistá-lo,era eu,simplesmente,para todo o sempre guardando aquele belo momento.Respirei o mesmo ar de Seu Luíz.Muitos e muito anos depois,já morando no Nordeste,certo dia,fui levado a conhecer Exu e o Parque Aza Branca(com Z mesmo).Lindo,emocionante.Só não contava de lá reencontrar Seu Luiz e,mais surpreso ainda,ter sido reconhecido por ele,como aquele jovem locutor,iniciante,que o entrevistara,no Rio de Janeiro.Aí,foi demais,as lágrimas desceram,recompensadas por um abraço do velho sanfoneiro.Sei lá,nem sei se deveria estar escrevendo tudo isso,parece um pouco cabotino,presunçoso...Mas,o meu coração mandou.E,obediente,curvo-me às ordens.Bênção,seu Luiz.
Para lembrar Gonzagão,não posso me esquecer de uma senhorinha,negrinha,baixinha,alegre que só ela,que gostava de música,não perdia um baile de Carnaval,até os mais de 80 anos,há muitos anos atrás,quando,para cada baile,um vestido diferente.Numa casa de taipa,numa praia distante,no litoral Norte do Estado do Rio,uma velha vitrola ocupava um canto da sala.Vitrola movida a manivela,a gente dava corda,o suficiente para fazer girar um disco de 78 rotações.Nela,só tocavam os discos de Luiz Gonzaga,todos.Gonzagão foi,sem dúvida,a maior paixão daquela senhora.Passaram-se os anos,o menino cresceu,ganhou asas,bateu pernas,foi parar na cidade grande,Rio de Janeiro,em busca de um sonho.Em uma certa manhã,no estúdio da Rádio Carioca,em plena Cinelândia,centro do Rio de Janeiro,lá estava ele,sentado,ao lado de Dona Helena,aguardando a vez para ser entrevistado.Como não poderia esperar muito,o estúdio estava ocupado,a entrevista seria gravada.O diretor de programação da rádio,não vendo mais ninguém por perto,escalou aquele jovem locutor para realizar a entrevista.Segurando o nervosismo e,ao mesmo tempo,contendo a emoção,foi feita uma bela entrevista,daquelas inesquecíveis que,burramente,foi ignorada, como documento, para a história.Aquela velha senhorinha,era a minha avó que,mais tarde,teria a alegria de conhecer o seu ídolo,dançando com ele,durante uma festa,na casa de uma das irmãs do Rei do Baião,em Duque de Caxias,onde um dos filhos desta senhora tinha um sítio.Noite de alegria e emoção pois,meses depois,ela morreria.Feliz,acredito.Aquele jovem locutor que,nervoso,continha a emoção ao entrevistá-lo,era eu,simplesmente,para todo o sempre guardando aquele belo momento.Respirei o mesmo ar de Seu Luíz.Muitos e muito anos depois,já morando no Nordeste,certo dia,fui levado a conhecer Exu e o Parque Aza Branca(com Z mesmo).Lindo,emocionante.Só não contava de lá reencontrar Seu Luiz e,mais surpreso ainda,ter sido reconhecido por ele,como aquele jovem locutor,iniciante,que o entrevistara,no Rio de Janeiro.Aí,foi demais,as lágrimas desceram,recompensadas por um abraço do velho sanfoneiro.Sei lá,nem sei se deveria estar escrevendo tudo isso,parece um pouco cabotino,presunçoso...Mas,o meu coração mandou.E,obediente,curvo-me às ordens.Bênção,seu Luiz.
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