terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

NOMES. Ivonete Maia, a mestra se muda


Mal tive tempo de ler o restante da entrevista das 'Páginas Azuis' e sou pego de surpresa com a notícia da morte de Ivonete Maia. Inicialmente, num comentário de um leitor do GENTE DE MÍDIA. Achei até que fosse um mal entendido. A pessoa teria lido a matéria de O Povo e achado que era uma homenagem póstuma. Fui ao blog do Marcellus Rocha e me assustei ao ler a notícia. Ivonete mudou-se de vez. Não para o interior de sua Jaguaruana. Mas para o interior de si mesma. 

Sua alma, presente ao longo dessas décadas de experiência física, transmuta-se uma vez mais e viaja em busca dos páramos de origem de todos os seres. Retorna à pátria do espírito. Consolida um tempo de experiências terrenas e retorna à casa paterna, como costumamos ler nos escritos espíritas. 

Fui aluno seu. Como mestra era exigente, porque sabia que os seus estudantes deveriam render o suficiente para se orgulharem de ter passado pelo seu ensinamento. Convivi depois na redação de O Povo. Muito rápido, porque sua frequência ao jornal era para conversas e deixar seus artigos. Na rádio, tive chances de conversar com ela nas ocasiões em que estive substituindo Carlos D´Alge nos Debates do Povo. 

Ivonete era o que ela mesma desnudou-se na entrevista (belíssima) a Ana Mary Cavalcante. O texto da repórter identifica-se muito bem com o modo de ser de Ivonete. Uma dirigente sindical que honrou a categoria. Uma cidadã que sabia discernir  o seu papel. Uma mulher que avançou no tempo em atividades que, muitas vezes, era ocupada até então pelos homens. Ela foi guerreira. Neutralizada apenas pelo cigarro que acabou detonando a fortaleza de mulher que é mas cujo físico acabou se violentando pela nicotina. Um exemplo a mais para que todos nós evitemos o tabagismo. 

Escrevo essas linhas tomado de surpresa. Tenho a noção do tempo de viver e do tempo de morrer. Morrer é apenas uma etapa do espírito que singra horizontes da Vida em diversas situações. Ivonete adentra o espaço de origem de todo ser. Deixa entre nós a luz de seu saber, de sua coerência e de sua passagem pelo jornalismo - quase (eu quase diria, igual) a outro nome consagrado, o de Adísia Sá. Sua melhor amiga.


FALANDO NISSO
Estive no Ethernus. Lá encontro a professora Adísia. E ela me pede para falar (de público) sobre Ivonete. Encontro coragem entre os meus guias espirituais e falo puxando, no final, o coro de vozes amigas numa prece de gratidão à Vida.

4 comentários:

  1. Hoje ouvindo o Grande Jornal percebi que em dado momento vc estava meio aéreo e perdido, coisa rara. Imaginei q vc deveria ter recebido algum comunicado que suponho seja esse lamentável acontecido.Daqui deixo minhas condolências à familia e amigos

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  2. Conheci a Ivonete Maia de perto quando se tornou nossa visinha na Rua Conselheiro Tristão na década de 60. Era uma mulher de se espelhar pelo forte caráter, pelo amor que tinha a profissão. Estive com suas irmãs, que são minhas amigas em Jaguaruana, que tanto amava. Senti o gosto do leite mugido e do banho no rio Jaguaribe. Ivonete nunca perdeu suas raízes e mesmo na ausência dos pais, que já partiram, amava sua terra. Vai em paz minha amiga, um dia nos encontraremos.

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  3. A IVONETE MAIA QUE CONHECI
    Tive oportunidade de conhecer Ivonete Maia através de sua ação na Presidência da Associação Cearense de Imprensa e na Ouvidoria da Universidade Federal do Ceará e em minhas andanças na terra que ela amava: A Jaguaruana, terra das redes. Era costume seu visitar a terra onde mantinha sua terrinha e procurava fazer algo pelo seu sertão onde nasceu e onde viveu para depois se aventurar na tal cidade grande de Fortaleza.
    Sua altivez não a deixava arrogante, pelo contrário, a Ivonete Maia que conheci era solícita, respeitosa , mas sempre capaz de se indignar com injustiças, traições e atitudes deslocadas do sentido ético. Sua participação da ACI se deu em um momento de crise, mas não deixou que ela perdesse o prumo e o respeito de seus pares diante de todos os problemas lá criados.
    O Ceará perde uma grande jornalista, perde uma grande profissional do rádio, dos jornais e da mídia em geral que defendeu a classe sem arrogância, sem desrespeito e sem temor dos poderosos. Como ouvidora, ouvia e tentava resolver os problemas, embora não conseguisse, mas sua parte ela fazia e com boa vontade. O Ceará não deve esquecer-se de nomes como estes, deve valorizar seus filhos ilustres que estão no mundo para fazer o bem e criar emoções e admirações que só os bons têm capacidade de fazer.
    PROFDJACYR

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  4. Conheci Ivonete Maia mais de perto,no tempo em que trabalhei na Rádio Assunção.Do meu trabalho por lá,não gosto muito de lembrar.Porém,guardo as poucas e boas horas que passávamos juntos,quando produzíamos um programa diário,que Ivonete apresentava,ao lado da saudosa Angela Borges,com a participação da hoje deputada Patrícia Saboya.Aprendi mais ainda com Ivonete,que me passava o espírito da coisa,baseada na personalidade das demais porticipantes,que ela dosava,com sensibilidade,humildade e paciência.Depois,vivi um pouco mais a intensidade de Ivonete,através de sua amiga-irmã Adísia Sá,não só em Fortaleza como,também,durante a minha estada em Russas,vizinha da Jaguaruana querida da mestra que migrou para o Plano Superior.Seu jeito de ser,imponente e nada arrogante,deixando de lado a importância profissional que lhe cabia exibir-se,buscava exibir,isto sim,uma bela convivência,com belos gestos de humanismo.Os que partem,sempre deixam saudades,bons ensinamentos,exemplos que devem pautar as páginas da vida,enquanto ela nos pertencer.Obrigado,Ivonete Maia.
    Paulo Roberto

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