segunda-feira, 9 de maio de 2011
ROTEIRO DE VIAGEM. Acopiara, mon amour
Que efeito tem alguém encontrar-se, muitos anos depois, com a primeira paixão de sua existência, a terra onde nasceu? Deve variar de indivíduo para indivíduo. No meu caso é de tentar reconhecer na cidade as marcas que ainda não se foram. Acopiara, ainda as guarda com bastante propriedade.
A igreja matriz de Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro é uma das mais tradicionais do interior. Nela, lembro-me as novenas e missas do padre João Antonio, depois do padre Crizares - hoje, gozando de uma aposentadoria por conta da idade avançada. Mas na igreja, algo a lamentar.
Acopiara detinha uma das pinturas mais belas do interior da igreja. Trabalho feito por artistas (cujos nomes preciso pesquisar), que se dedicaram a um trabalho de pintura das mais expressivas, coroando um teto de uma ponta a outra com figuras míticas da religiosidade de nosso povo. Pois, uma reforma acabou passando uma mão de cal em tudo. Dizem as más línguas que o vigário não gostava dos anjinhos exibindo-se nus num lugar reconhecidamente sagrado.
Na avenida Paulino Félix, tres imóveis me puxam pela memória. A casa onde nasci e a de nº 131, onde minha avó Chiquinha morou até mudar-se para Fortaleza. A outra, próxima a escola padre João Antonio foi onde eu fui progr/amado e nascido.
Acopiara mudou pouco. Suas ruas continuam ainda guardando resquícios de 50 anos atrás quando deixei a cidade indo para Fortaleza, com a família forçada pela seca que motivou meu pai a sair daqui depois de 58. Hoje ao voltar, deparo-me intrigado e surpreso: todo
ndo que eu conhecia da época de meus pais, já se mudou. E não falo dos que foram para outras cidades, mas para a outra dimensão como madrinha Cecília, dona Iolanda Herbster, Celso Castro, João Holanda, Nenéo Ricarte, José Barbosa, Reny, Margarida do Pedro Damião, Pedro Alves, seu Miguel Galdino, José Alencar, Giovanni Alencar, o seresteiro Jeovani, o enfermeiro Alvim, o padre João Antonio, etc e etc e mais...
Este post até parece um obituário geral de Acopiara...
Qual nada! este post está maravilhoso! Como sempre, vc sabe identificar também, que eu me senti andando por essas ruas da sua terra. Um grande abraço e obrigada pelas palavras carinhosas para o meu blog.
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