Leitor do GENTE DE MÍDIA, o professor João Teles de Aguiar, especialista em Docência pela UECE, nos remete comentário que achamos da maior importância, por referir-se ao modo imparcial com que alguns segmentos da imprensa tratam os fatos e as pessoas. É, na verdade, a opinião de alguém que preza pelo melhor desempenho da mídia e que nos leva a uma reflexão.
OS FATOS ESCONDIDOS
Que a escola pública tem problemas sérios de gestão e qualidade, ninguém discute. Nós, professores da área, mais do que ninguém, pautamos esse dramas todos os dias, em nossas angustiadas discussões internas. Que o Estado coordena políticas públicas pífias para o setor, as reportagens e a literatura estão aí para mostrar exemplos à mancheia! Agora, por conta e por causa disso, apedrejar somente a rede pública de ensino, não é razoável!
Na recente e lastimável agressão sofrida por um colega professor de uma escola no centro, ficou patente: as mazelas da rede privada recebem uma cobertura diferenciada da imprensa. Da escola em que o professor trabalha foi mostrada apenas a fachada. O nome da vítima foi preservado. Há um cuidado com as imagens das escolas. Tive que ir ao Twitter para obter dados despedaçados sobre o fato.
Esse zelo todo por parte de alguém ligado à escola onde trabalha a vítma, até seria compreensível. Mas porque o professor e a escola pública não recebem o mesmo tratamento? Quando ocorre algo negativo numa escola da rede pública, toda a escola é mostrada, o diretor é enquadrado e (quase sempre) os professores são xingados, como relapsos, preguiçosos e despreparados, por populares ouvidos nas enquetes,… E os males da rede privada, que muitas vezes se escondem por trás do pesado marketing, não vão mostrar? A quem interessa esse tratamento desigual? A violência das ruas está invadindo as duas redes escolares! Por que apenas a pública é vilipendiada? Por que atende a gente carente, filha da trabalhador e que reside na periferia ou no interior?
A imprensa, que também educa e edifica, precisa discutir melhor suas pautas, muitas vezes pensas! A imprensa tem uma função demasiado importante, para lidar com os mesmos drama sociais (violência e falta de qualidade do ensino), de forma enviezada! Quero lê o jornal e vê a TV cônscio de que a realidade está sendo mostrada e discutida, e que o poder público ou a iniciativa privada estão trabalhando com vigor, para resolver os dramas que nos atingem diariamente.
Não trata-se, portanto, de censura à imprensa ou coisa que o valha. O que se quer da imprensa é tratamento igual, para dramas iguais ou parecidos! Tapar o sol com a peneira não dá, notadamente num mundo multimídia, onde um veículo escamoteia os fatos, mas outro o entrega de bandeja! O leitor/ ouvinte/ telespectador tem sabedoria, é preciso que saibam!
João Teles de Aguiar
Especialista em Docência pela UECE.
E que se mostre também o que as escolas têm de positivo. Não defendo colocar mazelas debaixo do tapete,mas vamos de vez em quando mostrar que existe algo de bom na escola de maneira geral. A mídia não tem espaço para coisas positivas? Vejo que hoje até a tv fechada está descambando para a exploração da violência cotidiana.Mostremos o belo e o feio, vamos dar as pessoas a capacidade de perceber que nem tudo está perdido ou será que está?
ResponderExcluirPS.: Também sou educador
o grande problema do serviço público no brasil é que os próprios servidores são os responsáveis por a degradação do serviço publico neste país pois não atende o povo como é pago pra isso não cuida do bem publico como deveria. deixando tudo a deus dará como se ele não fosse o dono do bem publico entram no serviço publico mais no intuito de afanar o dinheiro minguado que já é pouco pois se perde no ralo da corrupção onde se rouba e não se pune quem afana os cofres e por ai vai quando ema instituição tem servidor empenhado em servir o que é difícil mais tem é muito procurada pelo o povo sofrido que chega em um serviço publico o que recebe é mal atendimento e depois querem que um sistema funcione se quem é de direito cuidar é quem primeiro degrada sem sim importar com o lugar em que ganha o seu próprio sustento é a filosofia do que se é publico não estou nem ai.os administradores usam seus cargos pra ludibriar os cofres com manutenção e reformas super faturadas e se racha o saldo final isso é pratica comum nas maiorias das instituições publicas deste pais e por ai vai.
ResponderExcluirBrilhante reflexão do Professor João Teles. Precisamos sim questionar o que dá Ibope e o que é bom para nosso povo. A Escola Pública precisa ser respeitada , precisa ser questionada , precisa ser debatida. A luta pela educação de qualidade deveria ser um bandeira da mídia e da sociedade em geral.
ResponderExcluirPROFDJACYR
Parabéns,prof. João Teles.Se existe ou não,proposital ou não,a realidade é que os meios de comunicação escondem os erros das escolas privadas,notadamente as grandes,que despejam carradas de dinheiro em forma de publicidade.Porém,não se pode esconder a verdade,sendo necessário mais profissionalismo,por parte dos meios de informação.A redação deve estar acima do depto comercial,assim como a direção destes órgãos deve ser menos submissa e mais altiva.
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