quarta-feira, 23 de março de 2011

LIVROS. Código dos Homens Honestos


Estou lendo Balzac. O "Código dos Homens Honestos". É maravilhoso. Mergulha fundo na alma humana, num verdadeiro guia "para não se deixar enganar pelos larápios". Para todos aqueles que são roubados até na paciência, nada melhor.

O autor de "A Comédia Humana" analisa desde a ação dos antigos ladrões de galinha - profissão em decadência já no início do século 19 -, a ladrões de "lenços, relógios, carteiras, bolsas", tão comuns ainda hoje. E orienta para aqueles que convivem conosco.

Balzac considera "horríveis" os roubos que se apóiam na confiança. Aqueles aplicados em ambientes domésticos. "A maior parte dos roubos domésticos é fruto do amor", surpreende-nos, citando a figura do amante da serviçal mal intencionada.

Nesse tempo em que são registrados tantos arrastões em condomínios residenciais, o "Código dos Homens Honestos" alerta até para o perfil do porteiro a ser contratado. E não descuida de abrir o olho "sobre o perigo que o dinheiro corre nos cartórios", além de abrir do olho para a ação de advogados.

Num capítulo à parte dedicado "aos apelos feitos ao seu bolso na casa do Senhor", Balzac extrapola. Alerta aos fiéis de pastores e igrejas cuja função maior é arrecadar fundos mais para a beneficência de interesses empresariais do que verdadeiramente servir à sagrada obra de Deus.

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