domingo, 28 de fevereiro de 2010

Poema. Ofício de jornalista e jornalismo


Ouvir a pulsação do dragão de Commodore.
Sentir o impacto do que aconteceu em Tunguska

Ver o lado escuro da lua. O lado escuro da esperança.

Passar a língua, degustar o manuscrito anônimo
da Biblioteca do Mosteiro de Monte Athos, do século XI.

Farejar o vento nuclear de Sodoma e Gomorra.
Aspirar o cheiro do medo em Auschwitz.

Copular e sentir a energia ofegante da criatura alienígena.

E então ir dizer a todos, como tudo é.
Sem remover qualquer vírgula.

Sim. Esse é o ofício do jornalismo.

(Gandica/Publicado por Enigmas PRESS)

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