segunda-feira, 13 de julho de 2009

Olhar cearense sobre a cidade do automóvel


E quem está de malas prontas para retornar ao Brasil é o médico Antonio Mourão. Ele está nos EUA em férias e nos manda alguns tijolos com curiosidades culturais de Detroit que eu conheci e - confesso - tem uma área completamente pobre e triste que em nada lembra a cidade do automível de 'old times'.
AUTOMÓVEL - Detroit foi uma cidade construída em torno do carro. Ford, General Motors, Chrysler formavam as Três Gigantes - The Big Three. Henry Ford construiu uma cidade para funcionar com automóveis. Ele achava interessante que cada operário tivesse um carro e pudesse vir ao trabalho em condução própria. Por isso, ainda hoje o transporte coletivo é precário e a cidade não possui metrô. As avenidas foram abertas em grande largura e extensão. Sem carro, ninguém faz nada. Esse modelo espalhou-se pelos Estados Unidos e o mundo. Aliás, Detroit foi a primeira cidade do planeta a ter uma avenida asfaltada.

DOWNTOWN - A cidade tradicional tinha o centro como ponto nevrálgico. Era o coração de Detroit. Ainda hoje existem imensos galpões da Ford completamente abandonados. Os operários não moravam muito distante. E, à medida que a cidade cresceu, os ricos foram morar mais longe. Um modelo que se difundiu por muitas outras cidades do mundo. O centro gradativamente esvaziou-se e empobreceu. Os ricos foram morar longe do centro. Tudo facilitado pelo automóvel...

HERANÇA – O que fazer do “velho” centro? Essa passou a ser a grande preocupação dos dirigentes municipais. Percebe-se uma apartação social. No centro da cidade vivem os negros e pobres. Na periferia, formando cidades luxuosas e amplas avenidas, os brancos e ricos. A crise da indústria automobilística provocou uma espécie de nivelamento social, por baixo. Agora, todos estão preocupados com o futuro...

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