O texto a seguir é meu. Foi redigido há alguns anos, minutos antes de entrar no ar para fazer o Barra Pesada. Precisavam de um 'editorial' para o fechamento do programa e o Oliveira Martins (produtor na época) pediu-me que eu escrevesse alguma coisa para a quinta-feira santa. Pedi inspiração a Deus e saiu essa peça que eu fui reencontrá-la hoje na Internet, publicada pelo internauta de nome Andinho.
Um excluído, cidadão de uns 33 anos, é preso, torturado e executado de forma arbitrária. Seu julgamento durou menos de 24 horas, entre a prisão e a morte, assistida por dezenas de pessoas. O crime pelo qual foi condenado não ficou bem definido.
Há suspeitas de que ele vivia à margem da lei. Que pregou uma nova ordem social, na qual as pessoas deveriam viver no Bem, na Esperança e na Caridade.
Ousado, ele chegou a incitar as multidões a abandonarem os vícios e as maldades do ódio e da violência. Seus algozes o acusaram de andar em bando, com uma espécie de gangue que chegara a danificar um templo religioso, expulsando os comerciantes que, segundo ele, assaltavam o consumidor no peso e no no preço.
Preso pelas milícias oficiais, depois de várias tentativas frustradas, esse homem quase foi linchado pela multidão, a qual ele assistiu durante três sucessivos anos, ensinando regras de comportamento ético e de uma vida saudável para o corpo e para o espírito.
Foi a ajuda de um integrante de seu grupo, por meio do expediente da delação -, que deu à polícia a chance de localizá-lo. Sua prisão não obedeceu a nenhum critério da lei ou respeito aos direitos humanos.
Sua identidade é bastante conhecida, mas há em torno dele um grande mistério.
Partidários e até inimigos são unânimes em garantir que ele sempre se portou em favor dos pobres, doentes, assassinos, prostitutas e miseráveis, tendo anunciado a Justiça em defesa dos oprimidos.
Esse homem, sem residência fixa e cujo destino todos ignoravam, costumava atrair multidões às praças e aos logradouros onde pregava lições que jamais foram ouvidas da boca de alguém: o dever de amar os inimigos; esquecer pai e mãe para segui-lo; a promessa de um lugar no paraíso para os pobres de espírito; a igualdade dos povos e a sua filiação divina; a crença de que todos somos deuses, além de buscar fazer pelo outro aquilo que desejaríamos que nos fizessem.
Preso, torturado e executado em via pública, num local denominado Morro da Caveira, esse homem mereceu o registro maior de todas as violências.
Seu nome: Jesus.
Seu crime: ter amado a humanidade.
Nonato,
ResponderExcluirUma sugestão de um humilde telespectador: por que não juntar todos os comentários feitos ao final do programa “Barra Pesada” feito por você, e reunir tudo em um belo livro? Há anos acompanho (quando tenho tempo), principalmente, o final do Barra para ver o desfecho final com os super-comentários (alguns me irritavam e muitos eu aplaudia sozinho de frente a televisão). Tenho a curiosidade de saber se realmente é você que escreve ou se tem outra pessoa responsável, mas sendo você ou outra pessoa não tira os seus méritos, por sempre expor o final do Barra momentos de reflexões com enorme intensidade, a deixar qualquer telespectador penetrado ao termino no que foi falado. Como um mero telespectador gostaria muito de ler os diários comentários do Barra reunidos em um livro ( os textos chegam a ser literários).
Abraços,
Tiago Viana.
Amigo Tiago,
ResponderExcluiro editorialista oficial do Barra é o jornalista Wanderley Pereira. Em alguns casos foi que eu contribui com minha participação. Esse foi um deles que até o nosso colega Jeová de Castro achou interessante na época.
Boa tarde, Sr. Nonato Albuquqerque!
ResponderExcluirUma Felz Páscoa Cristã para o sr e sua família!
Sou leitor assíduo de seu blog, e antes disso, admirador do jornalista por inteiro que o senhor é: autêntico, sincero, transparente nas suas posições, mesmo que elas pareçam piegas e demodê ( é o novo!) aos olhos dos modernos de plantâo; como na publicação no seu post desse texto sobre Jesus. Parabéns!
Tenho também um blog - www.azevedo55.blogspot. com - onde tento fazer catarse das minhas inquietações sociais, políticas, religiosas, cidadãs, enfim...
Sem sua permissão, mas acho que o senhor não vai me cobrar direitos autorais, copiei do seu blog e colei no meu o texto a que me refiro; e fiz dele um emblema para o dia de hoje: vai ser o único texto postado nessa Sexta_Feira Santa, para que meus eventuais leitores o aproveitem para refletir sobre quem mudou de pensamento e comportamento nesses 2000 anos. Acho que fomos nós, a humanidade, que não compreendemos a mensagem do Cristo-Homem. Estamos precisando ser salvos, de novo , por Alguém Divino.
Atenciosamente,
Azevêdo
Perfeito, Nonato...
ResponderExcluirvocê é um profissional admirável e um espírita que se destaca!