quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Com rádio e sem notícias da terra civilizada

18h30min. Fortaleza, véspera de feriado. O caos estabelecido no centro. O trânsito está uma loucura. Nenhum guarda da AMC à vista. Ligo o rádio do carro e busco informação que me auxilie a pegar rotas alternativas. Nenhuma emissora informa nada.

Na POVO-CBN, o repórter CBN dá a previsão do tempo de amanhã para a Argentina. Fico preocupado: vai chover muito lá. Na Globo-Assunção, o foco é o esporte cearense que anda pior do que o trânsito. Mesma coisa na Verdes Mares, na Tupi-CE e em outras estações que despejam mil recados de times que não dão o recado.

Tento encontrar notícias da terrinha civilizada nas FMs. A maioria toca forró (ou o que algumas bandas imaginam que seja). O Mução(?) insiste em fazer pegadinha de mau gosto com ar de que tudo é arrumado. Eu quero saber é o que está havendo com o trânsito.

A Atlântico Sul, a melhor da cidade, toca música de qualidade e, na ocasião de informar alguma coisa, fala de veículos. Mas não cita trânsito.

Quando é que a direção das emissoras de rádio de Fortaleza - AMs e FMs - vai se mostrar sensível e descobrir a existência de um enorme público sequioso por informação?

Todo fim de tarde é uma loucura: centenas de ouvidos dos que voltam do trabalho gostariam de ter um guia preciso de como chegar em casa sem precisar ficar à beira de um ataque de nervos.

Um comentário:

  1. Olá Nonato!

    Sou estudante de comunicação da UFC, por sinal, amiga do Alan Santiago, do jornal O Povo, que fez um perfil seu e da Katiuzia Rios dia desses, tudo bem com você?

    Nonato, muito séria essa sua observação sobre o conteúdo das rádios, tanto AM quanto FM, do Ceará. Semestre passado estava analisando isso em um dos meus trabalhos da faculdade e é impressionante como a gente vive reclamando da futilidade das FMs, mas a AM também anda de mal a pior. Poucos programas, de fato, apresentam algum diferencial, alguma informação de verdade.

    Não é por que trabalhe na Rádio Universitária, mas acho q lá é um dos poucos lugares em que se faz jornalismo de rádio sério. E é que ainda temos muito o que reformar.

    O serviço de transito é importantissimo pra uma cidade como Fortaleza e ninguém compra essa idéia com aquela velha desculpa de que o público quer é distração e não informação. A verdade é que os grandes donos das empresas de comunicação subestimam tanto os ouvintes/espectadores/leitores que nem sabem o quanto estão perdendo com essa visão preconceituosa de público ignorante.

    E acontece coisa semelhante nos programas policias, não acha? Veja só o Barra, correndo por fora na briga pela audiência: ao invés de ficar mostrando sangue, está dando mais espaço às reivindicações do povo. Fantastico isso que estão fazendo, viu Nonato. As pessoas querem é isso mesmo, não é só entretenimento, não.

    Muita gente da faculdade caçoou da Katiuzia "ah, vai trabalhar em programa policial". Um bando de bestas os que disseram isso, achei foi muito boa essa participação dela. Pra mim, jornalismo competente é esse: aproximado do povo.

    Abraços pra você e bom saber que tem um blog. Passarei por aqui sempre que der. Há um ano e meio vendo desenvolvendo uma pesquisa sobre programas policias (apesar de todas as críticas dos colegas) e espero, no meio desse caminho de pesquisa, poder um dia entrevistá-lo.

    Nos vemos.

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