A injeção que faltava para alavancar os debates

. Muito simpática, a nova apresentadora dos 'Debates do Povo', Lisiane Mosmann, assumiu hoje sua tarefa. Ela tem pela frente o desafio - que ela própria reconhece - de sustentar um dos horários considerados míticos da radiofonia cearense. . Criado em 1982, poucos meses depois de inaugurada a então AM DO POVO, o programa teve uma audiência e um prestígio tão grandes, que chegava a ganhar do próprio horário do almoço na TV. O tempo, porém, tem revelado um certo cansaço na fórmula. . Quem acompanhou a edição desta segunda, verificou que o programa esteve aquém da dimensão e da expectativa criadas em torno do nome da jornalista Mosmann. Ela o fez dentro das medidas, do esperado. Tudo bem. Mas o programa ficou a dever alguma coisa. . Esse horário da POVO-CBN - que já teve um senhor moderador, Carlos D´Alge, e debatedores antagônicos como Themístocles de Castro e Silva e Adísia Sá, que chegavam a se sentar distantes um do outro para evitar que as escaramuças verbais pudessem ganhar alguma forma física -, precisa se nutrir de nomes fortes para a discussão dos temas do dia-a-dia. . Não que se queira reduzir a importância e a respeitabilidade dos convidados desta segunda feira, mas para que o programa continue com a mesma postura aguerrida que tinha no passado, é preciso algo mais. . Deve se cercar de temas contundentes, polêmicos - que sejam capazes de ter ressonância na cidade toda. O programa deve gerar manchetes dos jornais do dia seguinte e não se contentar em ser um mero reprodutor delas. . A produção de Maryllene Freitas tem tudo para atingir esse objetivo. A impressão que se tem é de que escasseia no mercado, as vozes da polêmica. Capazes de serem, por si só, um espetáculo.