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domingo, 19 de janeiro de 2020

JORNALISMO. Eduardo Tessler vê o impresso sobre caso Alvim

sábado, 18 de janeiro de 2020

Faltou coragem aos jornais brasileiros


Na mais vergonhosa atitude de algum membro de governo desde 1941, quando Getúlio Vargas ameaçou apoiar a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, o ilustre desconhecido Secretário da Cultura foi exonerado ontem. Motivo: apologia ao nazismo - crime previsto no código penal brasileiro. Nada mais imoral, mais absurdo - a tal ponto que o escândalo do Secretário de Comunicações (que distribui verbas oficiais para seus clientes privados) caiu no esquecimento.

Hoje era dia para os jornais brasileiros se posicionarem de verdade. Não é simplesmente a queda de um membro do primeiro (ou segundo) escalão, mas o ensaio de um pensamento absolutista, nazista, tirano. Impossível não se pensar que este senhor estava autorizado a dizer as barbaridades que disse, ao som de Wagner.

Os jornalões pegaram muito leve. Só o Correio Braziliense (Brasília, DF) comparou de forma clara o Secretário a Goebbels - ainda assim só no primeiro terço da capa. Folha de S. Paulo (SP) colocou o ministro nazista na capa também, mas quase escondido. O Globo (Rio de Janeiro, RJ) e O Estado de S. Paulo (SP) foram mais comedidos.

Era dia para dizer que há um limite nos absurdos que ocorrem no Governo. Que ainda há inteligência e respeito na sociedade. E que a mídia - seguindo os desejos do cidadão - vai pegar pesado contra os exageros vindos de Brasília.

Só que a imprensa parece estar com medo. E isso não leva a nada. Talvez à queda de circulação.

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